sábado, 25 de abril de 2009

Quem fraudar ProUni vai 'cair do cavalo', diz Lula .




O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que quem tenta enganar o governo se habilitando para bolsas do ProUni mesmo tendo condições financeiras de pagar pelos estudos "vai cair do cavalo".Segundo Lula, todas as suspeitas levantadas por uma perícia feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que a Folha revelou em sua edição de quinta-feira serão investigadas.A perícia do tribunal descobriu, entre outras irregularidades, que alguns alunos beneficiados pelo programa federal têm até carros de luxo. O presidente agradeceu à imprensa e ao TCU pela divulgação das suspeitas e disse que, se houver problemas, os alunos terão que devolver os valores da bolsa."Se alguém enganou a universidade ou pensa que vai enganar o governo, vai cair do cavalo, porque a gente vai investigar e se tiver alguém que não tiver que receber a bolsa vai ter que devolvê-la, apesar de eu defender que, seja pobre ou rico, todos teriam que ter escola garantida pelo Estado pois todos pagam impostos", disse Lula, ao participar ontem de um evento em Itumbiara (GO).O presidente afirmou, no entanto, que não se deve levantar suspeitas e fazer acusações porque eventualmente alunos podem ter melhorado de vida e comprado um carro de luxo. Lula afirmou que telefonou para o ministro Fernando Haddad (Educação) quando leu a reportagem da Folha, que tratou do caso como um "escândalo", e pediu providências.Haddad, que também participou do evento, disse que dos 39 casos detectados pelo TCU, há justificativa para pelo menos dois casos: um dos alunos que comprou um Vectra é taxista e usa o carro para trabalhar; outro é deficiente físico e adquiriu um carro de luxo, não especificado pelo ministro, com uma redução tributária.Pesquisa: O MEC contratou uma pesquisa Ibope para medir a satisfação de ex-bolsistas do ProUni. Com os dados na mão, sustenta a hipótese de que bolsistas poderiam ter comprado carros novos porque melhoraram de vida após a concessão do benefício. A melhoria de vida é apontada por 28% dos entrevistados pelo instituto, que ouviu 1.200 bolsistas integrais que concluíram seus cursos.(SIMONE IGLESIAS) Folha de S. Paulo/JL

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