sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Tem início aulas do Programa Brasil Alfabetizado em Coxim - MS



Iniciaram na segunda-feira, 11/01/2010, as aulas do Brasil Alfabetizado. O programa que é uma iniciativa do Governo Federal em parceria com o Município, atenderá mais ou menos 700 pessoas com mais de 15 anos, sem domínio da leitura e escrita convencional. O curso tem a duração de oito meses. No processo de alfabetização são utilizados recursos linguísticos e a função social da leitura e escrita, voltada para a formação do sujeito como cidadão participativo do contexto social."O Brasil Alfabetizado é uma lição de vida para quem aprende e para quem ensina. O programa oferece oportunidade de estudo a quem não a teve. Garantindo cidadania e dignidade".Segundo a Coordenadora Municipal, Neide Monteiro os professores que irão atuar no programa fazem, antes do início do curso, uma formação inicial com duração de uma semana em Campo Grande, com as Técnicas da Secretaria Estadual de Educação."Eu sempre quis ensinar, antes eu não tinha condições para isso, mas agora não quero perder a oportunidade. Estar participando desse programa é a realização de um sonho", assim diz os alfabetizadores.Muitas dos alfabetizadoros dizem: "É um orgulho fazer parte do projeto, uma vez que temos a portunidade de ensinar a própria mãe a escrever as primeiras palavras". "Quando ela era jovem, teve que se dedicar ao trabalho na roça e à criação dos filhos, por isso, não pôde estudar. Mas agora que ela está tendo a oportunidade não vai desistir"."Eles irão trabalhar com pessoas que nunca estiveram em uma escola, ou a abandonaram há muito tempo. Por isso, a importância de cativar e incentivar o aluno", ressalta.Ao todo, 30 turmas serão alfabetizadas, até setembro de 2010. Os alunos que farão parte do projeto receberão do Graoverno Federal kits escolares e merenda. "Esse é um incentivo a mais para os alunos. Eles receberão todo o material didático para participar do curso".Ainda segundo a coordenadora, se o número de alunos superar a quantidade dos inscritos inicialmente não haverá problema, porque eles serão atendidos.
"ALFABETIZAR é acreditar numa transformação e fazer do individuo um cidadão"
Postado por PanTaneira (Neide Monteiro) às 15:14:00 0 comentários
segunda-feira, 26 de outubro de 2009

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

País fica em 88º em ranking de ensino (Estudo da Unesco)


20/01/2010 - O Estado de S. Paulo

País fica em 88º em ranking de ensinoEstudo da Unesco, com 128 nações, mostra que Brasil está atrás de Paraguai e Argentina; qualidade é o gargaloLisandra Paraguassú BRASÍLIA O alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que o Brasil conquistou há dois anos não chegou à educação. O relatório Educação para Todos, divulgado ontem pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), mostra que a baixa qualidade do ensino nas escolas deixa as crianças para trás. É diretamente responsável por colocar o País na 88ª posição no Índice de Desenvolvimento Educacional (IDE), com resultado 0,883 (a nota varia de 0 a 1, sendo 1 a mais alta). O Brasil está atrás de Paraguai, Equador e Bolívia.

Dos quatro dados utilizados pela Unesco, o Brasil vai bem em três e tem resultados acima de 0,900 - o mínimo para ser considerado de alto desenvolvimento educacional. São bons os números de atendimento universal, analfabetismo e igualdade de acesso à escola entre meninos e meninas. Já quando se analisa o índice que calcula quantas crianças que entram na 1ª série do ensino fundamental concluem a 5ª série, o País cai para 0,756, um baixo IDE.

Mais do que isso, a situação piorou. No estudo anterior, com dados de 2005, o índice brasileiro ficou em 0,901. O recente relatório utiliza informações de 2007, ano em que há números comparáveis para os 128 países.

Segundo Nicole Bella, analista de políticas da Unesco em Paris e uma das responsáveis pelo relatório, o Brasil perdeu pontos porque a matrícula caiu de 95,6% em 2005 para 93,5% em 2007 e a taxa de sobrevivência na 5ª série de 80,5% para 75,6% no mesmo período. "A reprovação e a retenção escolar, assim como a qualidade da educação, atrapalham o progresso do País."

O gargalo da 5ª série do ensino fundamental é conhecido. O relatório aponta três fatores que influenciam o resultado das crianças e a permanência na escola: a necessidade de identificar, nos primeiros anos de escolaridade, o quanto a criança está aprendendo e tomar medidas para sanar as dificuldades; ter escolas com um mínimo de infraestrutura física e um bom ambiente escolar; um número consistente de horas em sala de aula, garantindo que pelo menos 80% delas seja de aprendizagem efetiva. Em nenhum deles o Brasil pode servir de exemplo.

Nas rede pública, a média de horas de aula por dia é de 4,5 no ensino fundamental e 4,3 no médio, quando seriam necessárias ao menos 6. Mais de 17,8 mil escolas não têm energia elétrica e só 37% possuem bibliotecas.

Para o presidente executivo do Movimento Todos pela Educação, Mozart Ramos, os dados reforçam que o maior desafio do País é a aprendizagem na educação básica. "Melhorar a qualidade é mais caro do que colocar a criança na escola." Para a educadora Ângela Soligo, da Unicamp, o País "investe demais em avaliação e de menos na melhoria da qualidade".

O Ministério da Educação informou que ainda vai analisar o relatório, mas, inicialmente, considerou os números "estranhos" porque houve a ampliação do ensino fundamental para nove anos e queda na evasão.

Colaborou Carlos Lordelo

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Pobreza Interfere no Desempenho Escolar


Pobreza interfere no desempenho escolar Estudo realizado pela Unifesp indica que existe relação direta entre a situação econômica do aluno e o aprendizado nos colégios. Doação de livros didáticos é citada como solução
Rodrigo Couto

Publicação: 10/01/2010 09:28 Atualização: 10/01/2010 09:55


São Luiz do Norte (GO) – Quanto maior a porcentagem de indivíduos pobres em um município, pior é o desempenho escolar. É o que constatou uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A situação econômica determinou em até 58% o rendimento dos alunos das escolas municipais, enquanto nos estabelecimentos estaduais o mesmo percentual ficou em 44%. Para reverter o cenário, a coordenadora do levantamento, Christina Andrews, recomenda a continuidade do Plano Nacional de Formação de Professores, do Ministério da Educação (MEC), e a criação de medidas de impacto, como a entrega dos livros didáticos aos estudantes de baixa renda.“Em vez de devolvê-los à instituição ao fim de cada período letivo, como acontece atualmente, seria positivo permitir que esses jovens ficassem com seus livros. É importante que eles possam consultá-los em casa sempre que tiverem alguma dúvida”, defende a pesquisadora.Especialistas consultados pelo Correio concordam com a sugestão da responsável pelo estudo. Doutora em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Maria Abádia da Silva, que atualmente leciona na Universidade de Brasília (UnB), diz que o livro pertence ao aluno. “Sempre defendi que as coletâneas deveriam ser de propriedade dos estudantes. É fundamental que os jovens, de qualquer série, fiquem com os livros o tempo todo, inclusive fora do horário escolar”, analisa. “Não basta colocar uma biblioteca dentro da escola. É preciso ir além do livro didático. O governo deve fornecer obras literárias e com outras temáticas, como música e dança, por exemplo”, observa.A possibilidade de os alunos permanecerem com os livros didáticos depende da redução de custos do mercado editorial, segundo o sociólogo e o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. “A propriedade do livro não deve se restringir aos filhos da elite e da classe média. No entanto, para reverter essa realidade, é preciso baratear o preço dos livros. O mercado brasileiro é um dos mais caros”, lembra. “Ao contrário de outros países, como a Inglaterra, as coletâneas no Brasil são muito sofisticadas. É possível fazer um bom material e com valor reduzido”, frisa.Procurada pela reportagem, a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, não foi localizada para comentar as sugestões do estudo.O levantamento da Unifesp também revelou que, apesar do baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 35 municípios apresentaram notas acima da média nacional (3,9) no Índide de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).AulasEm São Luiz do Norte (GO), um dos municípios destaques na pesquisa, que apresentou nota 6 no Ideb, a pequena Maria Isabella da Silva, 8 anos, futura estudante da 4ª série do ensino fundamental, comemora boas notas, mas lamenta o fato de não ter dinheiro para comprar livros. “Se eu pudesse ficar com os cadernos da escola seria muito bom.” A mãe, Luciete Forte da Silva, 33, diz que a garota ficou aflita por não ter atingido a pontuação máxima em todas as disciplinas. “Em português e matemática fiquei com 9,5. Gostaria de ter tirado era 10”, diz Maria Isabella. Ela e a irmã, Maria Eudina, outra craque das notas altas, são sustentadas pelo salário mínimo que Luciete recebe.Christina atribui o maior impacto da pobreza no rendimento escolar dos alunos das instituições municipais ao fato de que a expansão do ensino fundamental ocorreu principalmente nesses estabelecimentos. “Com o crescimento no número de estudantes, as escolas municipais passaram a ter uma proporção maior de jovens pobres do que as escolas estaduais”, diz.O número58%Percentual de alunos de escolas municipais que têm o rendimento afetado pela situação econômica, segundo o estudo da UnifespNoite do pijamaSecretária de Educação de São Luiz do Norte (GO), Cleide Maria da Silva não soube apontar as causas para o bom desempenho da cidade no Ideb, mas dá pistas para o interesse dos alunos. Entre os projetos desenvolvidos a cada mês nas cinco escolas municipais para incentivar os estudantes, ela cita a 1ª Noite do pijama, quando 81 alunos da 1ª a 4ª série do ensino fundamental (faixa etária de 7 a 10 anos) passaram uma noite dentro da escola declamando poesias e ouvindo músicas. Vestidos de pijamas, alunos e professores lancharam e dormiram na escola.“Foi um sucesso. Eles já estão cobrando a realização de uma outra edição neste ano”, conta Cleide. “Também temos o programa de ensino e aprendizagem, que oferece aulas de reforço duas vezes por semana aos alunos com dificuldade”, acrescenta. Para evitar que as crianças residentes em pequenos povoados próximos ao município fiquem sem estudar, a prefeitura e o governo estadual implantaram a chamada escola ativa. “Na verdade, é uma turma de 15 alunos do 1º ao 5º do ensino fundamental que estuda junto, numa mesma sala. Como seria inviável formar turmas de dois estudantes, decidimos copiar um modelo que já é adotado pelos índios”, explica.A cidade ainda realizou a semana da alimentação e um projeto sobre a Páscoa. (RC)

Prof. Ubirajara Gonçalves de Lima (BIRA)